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timeouts [2023/02/23 18:06] – Melhora implementação fmkiotheka | timeouts [2025/04/22 13:19] (Atual) – todt |
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| ==== Implementando Timeouts ==== |
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| Um //timeout//, em sua definição mais genérica, é um evento que ocorre após um determinado tempo. Se especifica um determinado tempo, o //timeout interval//, e depois desse tempo, alguma coisa acontece. No contexto de redes isso é muito relevante, pois existe a chance de enviarmos algo e não obtermos uma confirmação, porque o outro lado não recebeu a nossa mensagem ou porque o outro lado não conseguiu mandar uma mensagem de resposta para nós. O razoável a se fazer é enviar a nossa mensagem novamente caso nenhuma mensagem seja recebida. No caso geral, é provado matematicamente que é impossível ter certeza que o outro lado recebeu a nossa mensagem, esse é o [[https://en.wikipedia.org/wiki/Two_Generals%27_Problem|problema dos dois generais]], mas não nos custa ao menos tentar. |
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| ==== Sockets ==== |
| Os //sockets// podem ter //timeout// nos seus métodos de ''send'' e ''recv'', como visto no [[raw_socket|artigo sobre raw sockets]]. Porém, isso não é suficiente para reenviarmos a mensagem só quando um determinado tempo passar, porque os //raw sockets// **recebem todos os pacotes da placa de rede**. Isso significa que se no meio tempo o seu computador decidir tentar configurar a Internet, o seu //socket// vai receber todas as mensagens dessa transação, mesmo não sendo as que você quer, e isso significa que o //timeout// dessas funções nunca //funciona//, pois ele sempre será reiniciado com essas outras mensagens da rede. A solução é além de usar o //timeout// no //socket//, é manter o seu próprio //timeout//. Isso pode ser feito simplesmente mantendo o seu próprio relógio. |
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| <code C> |
| // usando long long pra (tentar) sobreviver ao ano 2038 |
| long long timestamp() { |
| struct timeval tp; |
| gettimeofday(&tp, NULL); |
| return tp.tv_sec*1000 + tp.tv_usec/1000; |
| } |
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| int protocolo_e_valido(char* buffer, int tamanho_buffer) { |
| if (tamanho_buffer <= 0) { return 0; } |
| // insira a sua validação de protocolo aqui |
| return buffer[0] == 0x7f; |
| } |
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| // retorna -1 se deu timeout, ou quantidade de bytes lidos |
| int recebe_mensagem(int soquete, int timeoutMillis, char* buffer, int tamanho_buffer) { |
| long long comeco = timestamp(); |
| struct timeval timeout = { .tv_sec = timeoutMillis/1000, .tv_usec = (timeoutMilis%1000) * 1000 }; |
| setsockopt(soquete, SOL_SOCKET, SO_RCVTIMEO, (char*) &timeout, sizeof(timeout)); |
| int bytes_lidos; |
| do { |
| bytes_lidos = recv(soquete, buffer, tamanho_buffer, 0); |
| if (protocolo_e_valido(buffer, bytes_lidos)) { return bytes_lidos; } |
| } while (timestamp() - comeco <= timeoutMillis); |
| return -1; |
| } |
| </code> |
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| ==== Recuo Exponencial ==== |
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| Pode ser útil variar o tempo que se espera pela resposta de forma exponencial. Isso significa que na primeira retransmissão você espera um segundo para receber a mensagem, já na próxima espera dois, e na próxima quatro e assim por diante. Isso ajuda no caso por exemplo de um servidor ficar lento e não conseguir responder todas as mensagens que lhe foram enviadas. Assim, as mensagens vão enfileirando, e se elas chegarem num ritmo constante, o servidor nunca vai conseguir responder todas elas. Esse é o conceito do [[https://en.wikipedia.org/wiki/Exponential_backoff|recuo exponencial]], que é implementado em protocolos como o TCP mas se aplica a muito mais lugares, como por exemplo para evitar colisões na rede através da inserção de um componente probabilístico. |