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Ada Lovelace

A matemática, escritora e condessa Augusta Ada Byron King (mais conhecida como Ada Lovelace), foi a primeira pessoa a criar um programa de computador, que foi usado por uma calculadora chamada de Máquina Analítica, o mais próximo do que seria um computador no começo do século XIX.

Embora tenha vivido uma vida curta, Ada é responsável por grande parte do desenvolvimento científico e tecnológico do que conhecemos por computação moderna. Sem os primeiros passos dados por Ada, possivelmente não teríamos a tecnologia como a conhecemos hoje. Ela carrega o título de mãe da programação.

Biografia

Nascida em Londres em 10 de dezembro de 1815, seu nome real era Augusta Ada Byron. Foi a única filha legítima de George Gordon Byron, o grande poeta Lord Byron, e Anne Isabella “Annabella” Milbanke, conhecida como “Princesa dos Paralelogramos”. Byron, apesar de excelente poeta, não era um bom marido ou pai, deixou a família 1 mês após o nascimento de Ada, e, 4 meses depois, a Inglaterra. A filha tinha 8 anos quando Byron morreu, durante a Guerra da Independência Grega, e só viria a ver um retrato do pais aos 20 anos de idade. Mesmo que para os costumes da época Anne devesse posar como uma boa mãe, sabe-se que a relação das duas não era muito boa. Ada não era próxima de sua mãe e era deixada aos cuidados de sua avó materna Judith Hon, Lady Milbanke. Porém, devido aos costumes da época, Lady Byron teve de se comportar como uma mãe amorosa aos olhos da sociedade. Ela enviava cartas para Lady Milbanke onde falava sobre o bem-estar da menina, mas sempre com uma nota instruindo a avó a guardar as cartas para que a mesma pudesse usá-las para provar seu amor maternal.

Em suas cartas, Lady Byron chegou a se referir à Ada como “aquilo”: “Falarei com aquilo para lhe satisfazer, e não para deleite próprio, e deverás ser grata quando aquilo estiver sobre tua guarda”. Durante sua adolescência, Ada foi vigiada por conhecidos de Lady Byron, a fim de lhe reportar qualquer sinal de desvio moral, a menina os apelidou de “Fúrias” e dizia que inventavam histórias exageradas sobre sua pessoa. Em uma carta de Ada para sua mãe, quando já tinha por volta de 30 anos, Ada escreve: “If you can’t give me poetry, can’t you give me “poetical science?” ” (Se você não pode me dar poesia, não pode me dar ciência poética?).

Ada estudou matemática desde cedo, sua mãe proveu uma educação bastante rigorosa, em uma tentativa de impedir a filha de desenvolver o que ela via como a insanidade de Lord Byron. Fora educada em casa, aprendia matemática e ciências com William Frend, William King e Mary Somerville. Somerville era tradutora das obras do matemático e físico francês, Pierre-Simon Laplace, ela tinha contato com grandes inventores e cientistas da época, e estimulou Ada a estudar matemática e tecnologia. Também foi aluna do matemático e lógico Augustus De Morgan.

Em 1832 com seus dezessete anos seus talentos matemáticos começaram a florescer e o interesse neste campo esteve presente durante sua vida adulta. Aos 19 anos Ada foi convidada para a casa de Somerville, e foi então que conheceu Charles Babbage, que trabalhava em uma nova espécie de máquina de cálculo, a Máquina Analítica. “E se uma máquina de calcular pudesse não apenas prever, mas pudesse agir de acordo com essa previsão?”, disse Babbage durante o jantar, quando conversavam sobre suas ideias.

Ada acreditava que a intuição e a imaginação eram fundamentais para pôr em prática conceitos matemáticos e científicos de forma eficaz. Valorizava a metafísica tanto quanto valorizava a matemática, acreditava que a imaginação e intuição eram fundamentais para aplicar fundamentos matemáticos e científicos, e para explorar o mundo “invisível” ao nosso redor. Era uma visionária, imaginava um mundo onde computadores poderiam fazer muito mais do que simples cálculos. Comporiam músicas, seriam uma extensão do pensamento humano. Enquanto outros, incluindo o próprio Babbage, focavam apenas na capacidade de processamento de números.

Ada casou-se com William King-Noel, Conde de Lovelace, em julho de 1835, aos 20 anos, e tornou-se Augusta Ada Byron King, Condessa de Lovelace. Ela faleceu aos 36 anos de idade, a mesma idade de seu pai, em 27 de novembro, devido a um câncer no útero, a doença perdurou por meses, nos quais Annabella assumiu controle sobre quem visitava Ada, excluindo todos seus amigos e confidentes. Sob influência de sua mãe, Ada teve uma transformação religiosa e foi persuadida a se arrepender de sua conduta e fazer de Annabella sua inventariante. Ela perdeu o contato com o marido após confessar-lhe algo em 30 de agosto, o que o levou a abandonar seu leito. Não se sabe o que ela disse. Foi enterrada ao lado de seu pai, a seu pedido, na Igreja de Santa Maria Madalena com uma placa em latim em sua memória.

Principais Contribuições

A maior contribuição de Ada foi as suas anotações e notas sobre a máquina analítica de Babbage. A máquina foi reconhecida como um primeiro modelo de computador e as notas de Lovelace como a descrição de um computador e um software. Ela projetou um modo de programar a máquina analítica, utilizando cartões perfurados com uma sequência gradativa de números racionais chamados números de Bernoulli, reconhecido como o primeiro programa de computador da história.

Babbage pediu a Lovelace para traduzir o artigo de Menabrea para o inglês, adicionando depois a tradução com as anotações que ela mesma havia feito. Lovelace levou grande parte do ano nesta tarefa. Estas notas, que são mais extensas que o artigo de Menabrea, foram então publicados no The Ladies' Diary e no Memorial Científico de Taylor sob as iniciais “AAL”.

Em 1953, mais de cem anos depois de sua morte, as notas de Lovelace sobre a máquina analítica de Babbage foram republicadas. A máquina foi reconhecida como um primeiro modelo de computador e as notas de Lovelace como a descrição de um computador e um software. As notas de Lovelace foram classificadas alfabeticamente de A a G. Na nota G ela descreve o algoritmo para a máquina analítica computar a Sequência de Bernoulli. É considerado o primeiro algoritmo especificamente criado para ser implementado num computador, e Lovelace é recorrentemente citada como a primeira pessoa programadora por esta razão.

Prêmios e Distinções

Produção Científica

As notas de Lovelace a respeito da máquina analítica de Babbage foram republicadas em 1953, quase cem anos após sua morte. Essa máquina foi reconhecida como o primeiro modelo de computador já construído, e as notas da matemática ficaram marcadas como a primeira descrição de um computador e de um software. Por isso, muitas das evoluções tecnológicas que vieram depois dos estudos de Ada só foram possíveis devido às descobertas dela. É provável que, sem as notas de Lovelace, as máquinas demorassem mais para ser capazes de computar valores e realizar funções matemáticas. Além disso, os sistemas operacionais — os quais são construídos por meio de algoritmos — não existiriam.

Curiosidades

Ada chegou a montar uma associação com seus amigos, que incluía Babbage, para desenvolver um programa que fosse capaz de prever resultados de corridas de cavalo. Sua ideia falhou, levando Lovelace a adquirir uma dívida de milhares de libras.

Referências

1. Ada Lovelace, Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ada_Lovelace> Acesso em: 05/09/2022

2. Conheça Ada Lovelace, The Hack. Disponível em: <https://thehack.com.br/conheca-ada-lovelace-matematica-do-seculo-xix-autora-do-primeiro-programa-de-computador/> Acesso em: 05/09/2022

3. Quem foi Ada Lovelace, ime.unicamp. Disponível em: <http://www.ime.unicamp.br/~apmat/ada-lovelace/> Acesso em: 05/09/2022

4. Ada Lovelace: quem foi, importância na tecnologia e curiosidades, betrybe. Disponível em: <https://blog.betrybe.com/tecnologia/ada-lovelace/> Acesso em: 05/09/2022

5. Curiosidades sobre Ada Lovelace, gobacklog. Disponível em: <https://www.gobacklog.com/blog/curiosidades-sobre-ada-lovelace/> Acesso em: 05/09/2022

6. Things you may not know about Ada Lovelace, history.com. Disponível em: <https://www.history.com/news/10-things-you-may-not-know-about-ada-lovelace> Acesso em: 05/09/2022

7. As Cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo, Rachel Ignotofsky